quarta-feira, 27 de março de 2013

Dançar à Chuva

Como uma criança que acaba de apreender a escrever o seu nome cheguei em casa com o coração palpitando de alegria mas não havia ninguém para contar... tinha tido a noite mais fabulosa até então...tinha encontrado um prazer desmedido....tinha encontrado um EU que desconhecia... Saíra para cumprir o ritual diário e quando o modo automático estava já em funcionamento pequenas gotículas refrescaram-me a face... a cada passo que dava maiores elas se tornavam.... o cabelo tornava-se mais pesado, mais estático perante a brisa que corria.....a música envolvia-me e a cada acorde possuía-me um pouco mais...deixei o casaco cair no chão e comecei a deslizar no cimo da ponte...desembaracei-me do tennis e das meias encharcadas....despi a camisola... com o mínimo de roupa possível ali estive tempos sem fim balançado, rodopiando...cantando sem que viva alma por ali cruza-se...dancei como nunca antes o tinha feito... 
senti a tua mão agarrar na minha e deixei-me ir de encontra o teu peito, deixei o meu corpo descair para trás. A segurança das tuas mãos deixavam-me ir um pouco mais longe...com uma leveza deixei-me conduzir pela força da chuva, pela envolvência da música, a segurança das tuas mãos..




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